Período (d.C.)TemaEvento
16 de dezembro, 1815Reino UnidoBrasil elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.
20 de março, 1816D. João VIMorre D. Maria I, a "Rainha Louca". D. João, príncipe-regente desde 1792, assume o trono como D. João VI.
março a maio, 1817Revolução
Pernambu-
cana
Movimento revolucionário cujo objetivo principal era a libertação da província de Pernambuco do domínio português. Após proclamarem a república, os revoltosos conseguiram o apoio de outras capitanias nordestinas, como Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. Após dois meses de lutas, as forças governistas derrotaram os revoltosos que foram severamente castigados. Os principais chefes do movimento foram executados e tiveram seus corpos esquartejados. Quatro réus foram fuzilados na Bahia, dentre eles, Domingos José Martins, considerado o líder da revolução. Em Pernambuco, nove revoltosos foram enforcados.
Principais causas da Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres: 1) crise econômica regional provocada pela queda na exportação da cana e do algodão aliada aos efeitos da grande seca de 1816; 2) insatisfação da população com os privilégios concedidos aos portugueses no governo e na administração pública; 3) novos impostos lançados por D. João; 4) influência das idéias iluministas de liberdade.
agosto, 1820Revolução Liberal em PortugalComeça a Revolução Liberal, também conhecida como Revolução Constitucionalista, na cidade do Porto. Entre suas reivindicações estavam a instauração de uma monarquia constitucional e o imediato retorno da corte portuguesa a Lisboa.
28 de fevereiro, 1821ProvínciasCapitanias passam a ser denominadas províncias.
26 de abril, 1821Retorno da CorteD. João VI retorna a Portugal deixando seu filho D. Pedro como príncipe-regente do Brasil.
10 de julho, 1821Província CisplatinaAnexação do Uruguai (Banda Oriental) ao Brasil como Província Cisplatina.
9 de janeiro, 1822Dia do FicoD. Pedro, príncipe regente do Brasil, compromete-se a permanecer no país, contrariando as ordens do parlamento português (Cortes Portuguesas) que exigiam sua volta.
Em seu discurso, D. Pedro pronuncia a célebre frase: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico!".
junho de 1822Guerra Independ. BahiaCâmara Municipal da vila de Cachoeira no Recôncavo Baiano declara rompimento com Portugal dando início à Guerra da Independência na Bahia.
7 de setembro, 1822Indepen-
dência
D. Pedro, em viagem de Santos para o Rio de Janeiro, recebe às margens do riacho Ipiranga, uma carta de D. João VI ordenando que ele retornasse a Portugal e se submetesse às Cortes Portuguesas. Nesta mesma ocasião, o príncipe recebe duas outras cartas: uma de José Bonifácio aconselhando-o ao rompimento com Portugal e outra de D. Maria Leopoldina, sua esposa, apoiando esta medida. Então D. Pedro teria pronunciado as célebres palavras: "Independência ou Morte". Este "Grito do Ipiranga" marca, oficialmente, o momento da emancipação política do Brasil.
12 de outubro, 1822AclamaçãoD. Pedro é aclamado Imperador do Brasil, recebendo o título de D. Pedro I.
1 de dezembro, 1822CoroaçãoD. Pedro I é coroado e consagrado Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil.
3 de maio, 1823Assembléia ConstituinteInstalada a primeira Assembleia Constituinte brasileira.
Em 13 de outubro de 1823, D. Pedro I dissolveu esta assembleia porque discordava do posicionamento dos deputados quanto à distribuição dos poderes. Para D. Pedro, o Imperador deveria ter supremacia sobre os outros poderes, o que não era aceito pelos constituintes. Alguns deputados que lideravam os trabalhos, como os irmãos Andrada (José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco), foram presos e exilados.
25 de março, 1824ConstituiçãoD. Pedro I outorga a primeira constituição brasileira elaborada por um Conselho de Estado nomeado pelo Imperador após a dissolução da Assembleia Constituinte.
Uma constituição outorgada é aquela elaborada por um grupo reduzido de pessoas e imposta pelo Poder Executivo (neste caso, o imperador D. Pedro I) ao país; a constituição promulgada é aquela elaborada por uma Assembleia Nacional Constituinte democraticamente eleita.
25 de junho, 1824ReconhecimentoEstados Unidos são o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil.
julho a novembro, 1824Confederação do EquadorMovimento separatista, ocorrido no Nordeste, como uma reação ao autoritarismo da política de D. Pedro I, manifestada na Constituição outorgada em março daquele ano. O centro irradiador das ideias dos revoltosos foi a província de Pernambuco, que já havia se rebelado contra a monarquia, alguns anos antes (Revolução Pernambucana de 1817).
Acontecimentos: as ações tiveram inicio em 2 de julho, quando o governador da província, Manuel de Carvalho Paes de Andrade, destituído por D. Pedro I, decidiu proclamar a Confederação do Equador, uma república que deveria unir todas as províncias do nordeste brasileiro. As províncias do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba logo aderiram ao movimento. Contudo, devido a dissidências entre os seguidores do movimento (por exemplo, os membros da elite não aceitavam a libertação dos escravos proposta por Paes de Andrade), a revolta começou a enfraquecer, vindo a extinguir-se após a forte repressão do governo imperial, que contratara tropas externas, comandadas pelo almirante inglês Thomas Cochrane, para combater a rebelião. Ao final, onze pessoas foram executadas, entre elas Frei Caneca.
O nome "Confederação do Equador" foi escolhido pelo fato de o movimento congregar províncias localizadas nas proximidades da linha do Equador (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).
Frei Caneca (Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo), que já havia lutado anteriormente na Revolução Pernambucana de 1817, foi um dos líderes da Confederação do Equador. Conta-se que nenhum carrasco quis cumprir a ordem de enforcamento do religioso, motivo pelo qual acabou sendo fuzilado pelas tropas imperiais em 13 de janeiro de 1825.
29 de agosto, 1825Reconheci-mentoPortugal e Inglaterra reconhecem a independência do Brasil.
2 de dezembro, 1825D. Pedro IINasce o príncipe herdeiro do Brasil, futuro D. Pedro II.
10 de dezembro, 1825Intervenções Militares ExternasBrasil declara guerra à Argentina por sua intromissão nos assuntos da província Cisplatina.
10 de março, 1826PortugalMorte de D. João VI. Seu sucessor é o próprio D. Pedro I que assumiria o trono português como D. Pedro IV, acumulando então, por um curto período, as duas coroas.
2 de maio, 1826Abdicação em PortugalD. Pedro abdica ao trono português em favor de sua filha mais velha, D.Maria da Glória, então com sete anos que assumiu o trono como Maria II.
20 de fevereiro, 1827Intervenções Militares ExternasBatalha de Passo do Rosário (ou Batalha de Ituzaingó): tropas argentino-uruguaias derrotam os brasileiros na luta pela posse da província Cisplatina.
27 de agosto, 1828UruguaiTratado de paz entre Brasil e Argentina reconhece a independência do Uruguai.
21 de novembro, 1830Libero BadaróAssassinado em São Paulo o jornalista italiano Líbero Badaró, fundador do jornal "Observador Constitucional", no qual defendia ideias liberais e criticava o autoritarismo de D. Pedro I. Foi morto por dois pistoleiros encapuzados quando participava de uma manifestação que festejava a revolução de 1830 na França e a consequente deposição do rei francês Carlos X.
7 de abril, 1831Abdicação no BrasilOposição dos liberais e forte impopularidade levam à abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho de 6 anos, D. Pedro II.
abril de 1831 a julho de 1840Período RegencialIntervalo entre a abdicação de D. Pedro I (7 de abril, 1831) e a maioridade de D. Pedro II (23 de julho, 1840). Nesse período, bastante conturbado por várias rebeliões, o governo esteve entregue a 4 governos regenciais: 1) Regência Trina Provisória; 2) Regência Trina Permanente; 3) Regência de Diogo Feijó; 4) Regência de Araujo Lima.
abril a junho, 1831Regência Trina ProvisóriaComposta pelo senador Carneiro de Campos (Marquês de Caravelas), senador Campos Vergueiro e brigadeiro Francisco de Lima e Silva.
1831 a 1835Regência Trina PermanenteComposta pelo deputado Bráulio Muniz, deputado Costa Carvalho e brigadeiro Francisco de Lima e Silva.
janeiro de 1835 a março de 1840CabanagemCabanagem: revolta ocorrida na província do Grão-Pará (que abrangia os atuais estados do Pará e Amazonas), tendo como motivos principais a miséria em que se encontrava a população e a insatisfação dos políticos locais com o isolamento a que foi relegada a província. O nome da rebelião deriva da palavra "cabanos", moradores de cabanas ou casas de palha que constituíam a grande maioria dos revoltosos. É considerada um dos mais importantes movimentos revolucionários populares do Brasil, visto que, durante algum tempo, o governo de toda uma província foi exercido por membros das camadas mais baixas da população. Ao final de 5 anos de luta, os cabanos foram derrotados, estimando-se em 30 mil o número de pessoas dizimadas.
Acontecimentos: as medidas autoritárias tomadas pelo presidente da província Lobo de Souza contra as manifestações de descontentamento do povo e uma chamada de recrutamento para as forças armadas do império foram o estopim para a rebelião. Inicialmente, os revolucionários tomaram a cidade de Belém e executaram Lobo de Souza e outras autoridades, formando um governo revolucionário liderado por Clemente Malcher, pelos irmãos Vinagre e Eduardo Angelim. Em breve, as lideranças do movimento entraram em choque: aqueles pertencentes às classes privilegiadas pretendiam manter a província ligada ao Império, ao passo que os chefes populares queriam a separação. Esses sairam vitoriosos e partiram para o interior em busca do apoio da população rural. A partir de então, a luta pela independência da província foi assumida pelos cabanos . Em agosto de 1835, os revoltosos criaram um governo republicano. Em 1836, as forças navais do Império, comandadas pelo inglês John Grenfell, bloquearam o porto de Belém, dando início à forte repressão governamental. Os cabanos retiraram-se da capital e até 1840 lutaram no interior contra as tropas do governo imperial.
25 a 27 de janeiro, 1835Revolta dos MalêsRebelião provocada por escravos africanos das raças iorubá (nagô) e hauçá, na cidade de Salvador. O objetivo do movimento era libertar os escravos, confiscar as propriedades dos brancos e implantar um governo cuja religião oficial fosse o islamismo. Nos confrontos com as tropas oficiais cerca de cem pessoas foram mortas. Os líderes do movimento foram aprisionados e sofreram penas diversas, variando de condenação à morte, degredo ou açoites em praça pública.
19 de setembro, 1835Revolução FarroupilhaChoque armado entre revoltosos, denominados "farroupilhas", comandados pelo coronel Onofre Pires, e uma tropa do governo, na Ponte da Azenha, em Porto Alegre, dá início a esta revolução. A vitória dos farroupilhas neste confronto fez com que o presidente da província, Fernandes Braga, abandonasse a capital fugindo para a cidade de Rio Grande, onde foi instalada a sede do governo legalista da província durante todo o período da revolução (1835 a 1845).
setembro, 1835 a março, 1845Revolução FarroupilhaRevolução Farroupilha (também conhecida como Guerra dos Farrapos): foi a mais longa guerra civil ocorrida na história do Brasil, opondo os legalistas, defensores do Império, aos farroupilhas, revolucionários republicanos que buscavam a independência da província, concretizada, temporariamente, com a fundação da República Rio-Grandense.
Causas: Foram tanto políticas quanto econômicas. Politicamente, as lideranças locais não aceitavam a centralização de governo estabelecida pela constituição de 1824 e buscavam uma maior autonomia para as províncias. No aspecto econômico, o Rio Grande, fortemente dependente da criação de gado e produção de charque, se sentia ameaçado pela concorrência da carne argentina e uruguaia vendida a preços inferiores no mercado brasileiro. Assim, pleiteavam uma tarifação do produto importado, o que não era de agrado dos principais compradores brasileiros, em sua maioria, os grandes fazendeiros.
Farroupilhas ou farrapos eram os nomes que os governistas davam aos revoltosos, em alusão ao fato de os rebeldes não possuírem nem uniformes nem armas adequadas, andando muitas vezes maltrapilhos. Os defensores do governo eram chamados, por sua vez, de caramurus.
20 de setembro, 1835Revolução FarroupilhaOs revoltosos, liderados por Bento Gonçalves, tomam Porto Alegre.
outubro de 1835 a setembro de 1837Regência UnaPeríodo de regência de Diogo Antônio Feijó.
15 de junho, 1836Revolução FarroupilhaForças legalistas, comandadas pelo major Marques de Souza, futuro Conde de Porto Alegre, retomam Porto Alegre dos farroupilhas.
10 de setembro, 1836Revolução FarroupilhaRevoltosos derrotam as tropas legalistas na Batalha do Seival.
11 de setembro, 1836Revolução FarroupilhaGeneral Antônio de Sousa Neto proclama a República Rio-Grandense, tendo como capital a cidade de Piratini.
A escolha de Piratini como capital foi devido ao fato de que Porto Alegre, a cerca de 300 quilômetros, e Rio Grande, as principais cidades da província, estarem em mãos dos legalistas. Durante sua existência, a República Rio-Grandense teve quatro outras capitais, depois de Piratini: Caçapava do Sul, Alegrete, Bagé e São Borja.
Muitos historiadores consideram que a partir deste ponto não se pode mais falar em Revolução Farroupilha, mas sim em Guerra dos Farrapos, pois era a luta entre duas nações: o Império do Brasil e a República Rio-Grandense.
4 de outubro, 1836Revolução FarroupilhaBento Gonçalves é aprisionado na Batalha do Fanfa (ilha no rio Jacuí) e enviado para o Rio de Janeiro e depois para a Bahia, onde fica preso no Forte do Mar, atual Forte de São Marcelo.
Quando de sua prisão no Rio de Janeiro, Bento Gonçalves conheceu Giuseppe Garibaldi, idealista italiano, que se empolga com o movimento farroupilha e parte para o Rio Grande para lutar pela causa. Anos mais tarde, Garibaldi se tornaria um dos líderes da unificação da Itália.
6 de novembro, 1836Revolução FarroupilhaMesmo preso, Bento Gonçalves é aclamado presidente da recém-proclamada República Rio-Grandense.
10 de setembro, 1837Revolução FarroupilhaBento Gonçalves foge da prisão em Salvador e retorna ao Rio Grande do Sul.
setembro de 1837 a julho de 1840Regência UnaRegência de Pedro de Araújo Lima, Marquês de Olinda, que duraria até a maioridade de D. Pedro II.
novembro, 1837 a março, 1838SabinadaSabinada: revolta ocorrida na Bahia, ou mais precisamente, na cidade de Salvador onde ficou confinada, não conseguindo adesão em outras regiões da província. Seu líder foi o médico Francisco Sabino e envolveu, basicamente, pessoas da classe média. O principal motivo do movimento foi o descontentamento com a política centralizadora praticada pelo governo regencial e a rejeição aos presidentes provinciais escolhidos. Os sabinos chegaram a proclamar um governo republicano, a República Bahiense, que deveria existir provisoriamente, somente até se atingir a maioridade de D. Pedro II. Em março de 1838, tropas regenciais iniciaram a repressão atacando Salvador. A luta entre revoltosos e legalistas provocou a morte de centenas de pessoas. Ao final, alguns líderes foram condenados à morte e outros deportados, como foi o caso de Sabino desterrado para a província de Mato Grosso.
9 de março, 1838Revolução FarroupilhaTropas farroupilhas entram em território catarinense e tomam a cidade de Lages.
13 de dezembro, 1838BalaiadaComeça a Revolta da Balaiada no Maranhão, quando um grupo de vaqueiros liderados por Raimundo Gomes invade uma prisão em um lugarejo do interior maranhense para libertar seu irmão e outros presos.
dezembro de 1838 a janeiro 1841BalaiadaBalaiada foi uma rebelião popular ocorrida na província do Maranhão motivada por fatores econômicos (crise devido à queda da exportação de algodão) e políticos (disputa local entre liberais e conservadores). O nome da revolta se originou do apelido de um dos líderes, Manuel "Balaio", fabricante de balaios. Além dele, outros líderes foram Raimundo Gomes e Cosme Bento, chefe de mais de 3 mil escravos fugidos. Em julho de 1839, os balaios tomaram a vila de Caxias, segunda localidade mais importante da província. O governo regencial nomeou, então, Luis Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, presidente da província e comandante geral das forças legais na região. Em 1841, foi concedida anistia aos chefes do movimento que auxiliassem na repressão aos revoltosos. Mais de 2 mil balaios se renderam. Alguns que se recusaram a se entregar, como Cosme Bento, foram capturados e enforcados.
Pela sua atuação na repressão à Balaiada, Luis Alves de Lima e Silva recebeu o título de Barão de Caxias.
22 de julho, 1839Revolução FarroupilhaGiuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, à frente de tropas farroupilhas, tomam a vila de Laguna, em Santa Catarina.
Laguna tornou-se uma alternativa para os farroupilhas que necessitavam de uma saída para o mar, já que os principais pontos de acesso marítimo do Rio Grande do Sul estavam dominados pela marinha imperial: Rio Grande, Pelotas e a Lagoa dos Patos.
Foi em Laguna que Garibaldi conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, que passou a ser sua companheira e se tornou Anita Garibaldi. Veio a ser chamada de "heroína dos dois mundos", pois lutou, ao lado de Garibaldi, até o fim da Revolução Farroupilha (1845) e, posteriormente, nas guerras pela unificação da Itália, onde viria a falecer em 1849.
29 de julho, 1839Revolução FarroupilhaProclamada, em Laguna, a República Catarinense (ou República Juliana, por ser criada no mês de julho), irmã-gêmea da República Rio-Grandense.
4 de novembro, 1839Revolução FarroupilhaCombate naval de Imbituba, em Santa Catarina, entre farroupilhas e governistas.
Nessa batalha, Anita lutou pela primeira vez ao lado de Garibaldi, demonstrando toda sua coragem.
9 de novembro, 1839Revolução FarroupilhaGaribaldi ataca a cidade de Imaruí, próxima a Laguna, para conseguir alimentos para as tropas farroupilhas. Este episódio ficou conhecido como "Saque de Imaruí".
15 de novembro, 1839Revolução FarroupilhaBatalha naval de Laguna: navios imperiais, em maior número, derrotam a força naval republicana no porto de Laguna fazendo com que os revolucionários farroupilhas, liderados por Garibaldi, abandonem a cidade e retornem ao Rio Grande do Sul.
24 de julho, 1840MaioridadeProclamada a maioridade de D. Pedro II que se torna imperador com apenas 15 anos de idade.
A antecipação da maioridade de D. Pedro, vista como uma solução para a crise política do período regencial que enfrentava inúmeros movimentos de revolta nas províncias, foi considerada por muitos como o "Golpe da Maioridade" pois feria a Constituição de 1824 que estabelecia idade de 21 anos para emancipação.
18 de julho, 1841CoroaçãoD. Pedro II é coroado na Capela Imperial no Rio de Janeiro.
maio a junho, 1842Revolução Liberal em São PauloMovimento de descontentamento dos políticos do partido liberal com medidas centralizadoras adotadas por D. Pedro II e a iminente ascensão do partido conservador ao poder. A revolta, teve início na cidade paulista de Sorocaba, cuja Câmara local aclamou Rafael Tobias de Aguiar para presidente da província. Os revoltosos partiram então para a capital a fim de derrubar o então presidente, o conservador Barão de Monte Alegre. Mas, tropas governistas chefiadas pelo Barão de Caxias, em pouco tempo, debelaram a revolta e aprisionaram seus dois principais líderes, o próprio Tobias de Aguiar e o ex-regente do Brasil Diogo Feijó.
junho a agosto, 1842Revolução Liberal em MinasAs ideías do movimento paulista também chegaram a Minas Gerais, onde a câmara da cidade de Barbacena também aclamou um outro presidente da província. As tropas rebeldes eram comandadas pelo político Teófilo Otoni. Apesar de algumas vitórias iniciais, os rebeldes mineiros acabaram derrotados definitivamente pelas tropas legalistas do Barão de Caxias, em uma batalha na cidade de Santa Luzia.
29 de novembro, 1842CorreiosBrasil se torna o segundo país do mundo a adotar o selo postal.
agosto, 1844Tarifa Alves BrancoManuel Alves Branco, ministro da Fazenda, estabelece novas tarifas alfandegárias para cerca de 3 mil produtos importados. Embora a medida tivesse como objetivo básico a diminuição do déficit orçamentário do governo, acabou por incentivar a instalação de novas fábricas no país em um processo de substituição de importações. Esse protecionismo alfandegário causou muito protesto por parte dos importadores, principalmente comerciantes britânicos, que se sentiram prejudicados.
agosto, 1845Bill AberdeenIngleses decretam o "Bill Aberdeen", uma lei que permitia à marinha britância perseguir e aprisionar navios de transporte de escravos em qualquer parte do mundo.
Alguns analistas acreditam que a lei "Bill Aberdeen" tenha sido uma represália à Tarifa Alves Branco que teria prejudicado os interesses britânicos no país.
1 de março, 1845Revolução FarroupilhaTermina o conflito com a assinatura do tratado de paz de Ponche Verde.
1846Industriali-zaçãoIrineu Evangelista de Souza, futuro Barão e Visconde de Mauá, inaugura uma fundição e um estaleiro em Ponta da Areia, Niterói, que em breve se tornaria o maior empreendimento industrial do Brasil, produzindo, além de navios, diversos outros equipamentos pesados como caldeiras, guindastes, tubos, postes, etc.
novembro, 1848 a janeiro, 1850Revolução PraieiraRevolta de caráter liberal ocorrida em Pernambuco e que foi o último movimento revolucionário do Império. A destituição do presidente da província, o liberal Chichorro da Gama, pelo imperador D. Pedro II deu início à revolução que contou com a participação das camadas mais pobres da população. Em fevereiro de 1849, cerca de 2500 revoltosos atacaram Recife, mas não conseguiram tomar a cidade. Depois de pouco mais de um ano de combates, os rebeldes foram definitivamente derrotados.
O nome do movimento deriva do fato de que os principais líderes da revolta pertenciam a uma ala radical do partido liberal que se reunia na rua da Praia em Recife.
4 de setembro, 1850EscravaturaAprovada a Lei Eusébio de Queiroz proibindo o tráfico de escravos para o Brasil.
20 de julho, 1851Intervenções Militares ExternasForças brasileiras intervêm no Uruguai em favor do general Fructuoso Rivera, líder do partido colorado, contra Manuel Oribe, chefe do partido branco, que era apoiado pelo ditador argentino Juan Manuel de Rosas.
Essas lutas fizeram parte da chamada Guerra Grande, uma série de conflitos armados, ocorridos no Uruguai de 1839 a 1852, entre membros dos partidos branco e colorado. Ao longo desse período, esses contendores receberam o apoio de partidos argentinos que também lutavam entre si. Brasil, França e Inglaterra intervieram nessa guerra a favor dos colorados.
3 de fevereiro, 1852Intervenções Militares ExternasBatalha de Monte Caseros, próximo a Buenos Aires: soldados brasileiros lutam no exército do general argentino Justo Urquiza contra as tropas de Juan Manuel de Rosas.
maio, 1852TelegrafiaImplantação no Rio de Janeiro da primeira linha de telégrafo no Brasil ligando o Palácio Imperial (Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão) ao quartel general do exército (Campo de Santana).
25 de março, 1854IluminaçãoRio de Janeiro recebe iluminação a gás.
30 de abril, 1854FerroviaD. Pedro II inaugura o trecho inicial da primeira ferrovia brasileira que viria a ligar o porto de Estrela (porto Mauá), no fundo da Baía de Guanabara, à localidade de Raiz da Serra, no caminho de Petrópolis. Foi um mais um empreendimento de Irineu Evangelista de Souza.
A locomotiva a vapor responsável por este feito era a "Baroneza" construída em Manchester, na Inglaterra e que circulou durante 30 anos.
1855EscravaturaDesembarca em Sirinhaém - PE a última leva de escravos africanos trazidos para o Brasil. Eram cerca de 250 pessoas vindas de Angola.
Esse fato motivou uma dura repreensão do governo inglês, pois caracterizava uma transgressão da Lei Eusébio de Queiroz de 1850 que proibia o tráfico negreiro.
6 de março, 1855Erro JudiciárioEnforcado em Macaé, Estado do Rio, o rico fazendeiro Manoel da Motta Coqueiro acusado de ter mandado assassinar toda uma família de colonos (8 pessoas) de uma de suas fazendas. O caso é considerado um dos maiores erros judiciários do Brasil pois, sua culpa nunca foi plenamente comprovada.
Chamado pela imprensa de a "Fera de Macabu", por ser Macabu a localidade onde ocorreram as mortes (hoje Conceição de Macabu), Coqueiro teria sido sido vítima de uma conspiração tramada por adversários políticos.
29 de março, 1858FerroviaInaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro D. Pedro II ligando o Rio de Janeiro à estação de Queimados.
Esta ferrovia foi construída sob direção do engenheiro Cristiano Ottoni e iria, anos depois, atingir São Paulo e Minas Gerais. Após a proclamação da República, passou a se chamar Estrada de Ferro Central do Brasil.
23 de junho, 1861RodoviaD. Pedro II inaugura a estrada União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do Brasil, ligando as cidades de Petrópolis a Juiz de Fora. A estrada foi um empreendimento do comendador Mariano Procópio que recebera a concessão para explorá-la por 50 anos cobrando pedágio das mercadorias transportadas.
Em 1872, o fotógrafo Revert Klumb escreveu um livro intitulado "Doze Horas em Diligência - Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Fora" descrevendo a fantástica viagem feita em diligências, a uma velocidade média de 20 km por hora!
1862 a 1865Questão ChristieIncidente diplomático entre Brasil e Inglaterra que levou ao rompimento das relações entre os dois países. Ficou conhecida como "Questão Christie" devido ao nome do embaixador inglês no Brasil, William Christie.
Em junho de 1861, o navio inglês "Prince of Wales", em viagem para Buenos Aires, encalhou na costa gaúcha e sua carga foi saqueda. Nesta ação, alguns marinheiros ingleses foram mortos. O impasse teve início quando o governo brasileiro se recusou a atender as exigências do embaixador inglês que queria, além de um pedido de desculpas, uma indenização pelo prejuízo.
junho, 1862Sistema MétricoLei imperial determina que o país passe a adotar o sistema métrico de pesos e medidas em substituição ao sistema de unidades adotado até então.
dezembro, 1862Questão ChristieEsquadra inglesa captura navios mercantes brasileiros no porto do Rio de Janeiro com objetivo de obter a reparação financeira exigida pela Coroa britânica.
abril, 1863Intervenções Militares ExternasGeneral uruguaio Venancio Flores, do partido colorado, invade o Uruguai, apoiado pelo presidente argentino Bartolomé Mitre e por forças legalistas do Rio Grande do Sul.
maio, 1863Questão ChristieBrasil rompe relações diplomáticas com a Inglaterra.
junho, 1863Questão ChristieLeopoldo II, rei da Bélgica, escolhido como árbitro internacional da disputa com a Inglaterra emite pronunciamento favorável ao Brasil.
As relações entre Brasil e Inglaterra somente foram restabelecidas em 1865 quando os ingleses apresentaram pedido formal de desculpas ao governo brasileiro.
4 de agosto, 1864Intervenções Militares ExternasBrasil dá ultimato ao presidente uruguaio Atanasio Aguirre, do partido branco, para que ponha fim aos conflitos na fronteira brasileira.
30 de agosto, 1864Intervenções Militares ExternasParaguai alerta governo brasileiro para não intervir no Uruguai.
16 de outubro, 1864Intervenções Militares ExternasTropas brasileiras invadem o Uruguai em apoio ao general Venancio Flores. Paraguai considera este ato uma declaração de guerra.
novembro, 1864 a março, 1870Guerra do ParaguaiConflito que opôs a Tríplice Aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai ao Paraguai, liderado por Solano Lopez. A guerra, que durou mais de cinco anos, foi o maior confronto entre países americanos.
No Paraguai, esta guerra é chamada de Grande Guerra. Em outros países, recebe o nome de Guerra da Tríplice Aliança.
Causas: basicamente, existem duas correntes historiográficas para explicar os motivos da guerra:

1) Paraguai teria forçado a guerra para obter uma saída para o mar, ponto vital para a expansão de sua economia;

2) conflito teria sido provocado pela Inglaterra que não tinha interesse na existência de um modelo de país (no caso, o Paraguai) que não dependesse economicamente dos britânicos.
12 de novembro, 1864Guerra do ParaguaiParaguaios capturam o navio mercante brasileiro "Marquês de Olinda" que subia o rio Paraguai em direção ao Mato Grosso levando o recém-nomeado presidente daquela província. Em resposta a esse ato, o governo brasileiro corta as relações diplomáticas com o Paraguai.
13 de novembro, 1864LiteraturaMorre em naufrágio nas costas do Maranhão o poeta Gonçalves Dias, que retornava da Europa onde fizera tratamento de saúde. Todos no navio "Ville de Boulogne" se salvaram, exceto o poeta que, por se achar muito enfermo, não conseguiu deixar o seu leito.
13 de dezembro, 1864Guerra do ParaguaiParaguai declara guerra ao Brasil e inicia a invasão da província de Mato Grosso.
18 de março, 1865Guerra do ParaguaiParaguai solicita à Argentina permissão para atravessar a província de Corrientes. Em decorrência da resposta negativa do presidente Bartolomé Mitre, o Paraguai declara guerra à Argentina e invade aquela província com o objetivo de atingir o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
A partir deste momento, a ofensiva paraguaia passou a se dividir em duas frentes: uma ao norte, atacando o Mato Grosso e outra, ao sul, invadindo a província argentina de Corrientes e o Rio Grande do Sul.
1 de maio, 1865Guerra do ParaguaiBrasil, Argentina e Uruguai (então governado pelo colorado Venancio Flores, que havia assumido o poder com o auxílio de tropas brasileiras) formam a Tríplice Aliança contra o Paraguai.
11 de junho, 1865Guerra do ParaguaiBatalha do Riachuelo: marinha brasileira, comandada por Francisco Manuel Barroso da Silva, futuro Almirante Barroso, derrota a armada paraguaia no rio Riachuelo, um dos afluentes do rio Paraguai. Essa vitória, ocorrida em território argentino, foi importantíssima para a Tríplice Aliança, pois garantiu o controle dos rios da bacia platina, isolando o Paraguai. Marcou também a primeira derrota das forças paraguaias na guerra.
Foi nessa batalha que Barroso pronunciou a célebre frase "o Brasil espera que cada um cumpra o seu dever".
12 de junho, 1865Guerra do ParaguaiTropas paraguaias comandadas pelo coronel Antonio Estigarribia tomam a cidade gaúcha de São Borja.
5 de agosto, 1865Guerra do ParaguaiCidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, é tomada por tropas paraguaias.
13 de agosto, 1865Guerra do ParaguaiExército brasileiro, formado em grande parte pelos chamados "Voluntários da Pátria", parte para o front de guerra.
"Voluntários da Pátria" eram tropas de civis criadas pelo Império do Brasil, a partir de janeiro de 1865, visando reforçar o exército.
17 de agosto, 1865Guerra do ParaguaiBatalha de Jataí: tropas paraguaias que avançavam rumo ao Uruguai são derrotadas por um exército aliado comandado por Venancio Flores.
14 de setembro, 1865Guerra do ParaguaiAntonio Estigarríbia se rende a D. Pedro II, Bartolomeu Mitre e Venancio Flores em Uruguaiana. Esta rendição ocorreu após um cerco de 30 dias imposto pelas tropas aliadas à cidade que estava em poder dos paraguaios.
16 de abril, 1866Guerra do ParaguaiTropas da Tríplice Aliança atravessam o rio Paraguai e penetram em território paraguaio.
24 de maio, 1866Guerra do ParaguaiBatalha de Tuiuti: ocorrida nas proximidades do Lago Tuiuti, no Paraguai e considerada a mais sangrenta da guerra. A vitória coube ao exército aliado que estava sob comando do presidente argentino Bartolomé Mitre. Estima-se que nesse confronto tenham morrido, ao todo, cerca de 4 mil combatentes.
2 de setembro, 1866Guerra do ParaguaiBatalha de Curuzu: tropas aliadas conquistam o Forte Curuzu no rio Paraguai.
22 de setembro, 1866Guerra do ParaguaiBatalha de Curupaiti: defesa paraguaia consegue rechaçar o ataque aliado ao Forte Curupaiti. Esta batalha foi a maior derrota aliada na guerra.
Após esse fracasso, os comandantes aliados começam a trocar acusações entre si. Em breve, Venancio Flores e Bartolomé Mitre retornam a seus países e a participação de tropas uruguaias e argentinas no conflito se torna bastante reduzida. O Brasil assume, então, o comando geral das operações da guerra, tendo à frente o marechal-de-campo Luis Alves de Lima e Silva, então Marquês de Caxias e futuro Duque de Caxias.
maio a junho, 1867Guerra do ParaguaiRetirada da Laguna: uma coluna de 1700 soldados da infantaria do exército brasileiro, comandada pelo coronel Carlos de Morais Camisão, invade o território paraguaio em uma região inóspita, cheia de pântanos. Sem apoio na retaguarda, com poucos víveres e munição, a tropa brasileira logo se vê em uma situação desesperadora. Atacada pelas forças paraguaias, pela fome e pelas doenças, como cólera e tifo, o grupo é obrigado a se retirar em uma terrível e trágica marcha que dizimou cerca de mil combatentes.
Este episódio ficou famoso devido ao livro "Retirada da Laguna", escrito em francês ("La Retraite de Laguna") por Alfredo d'Escragnolle Taunay, futuro Visconde de Taunay, que participou das operações como engenheiro militar.
19 de fevereiro, 1868Guerra do ParaguaiPassagem e Tomada de Humaitá: seis navios da armada brasileira conseguem, sob intenso bombardeio inimigo, ultrapassar a Fortaleza de Humaitá no rio Paraguai, a mais poderosa do sistema defensivo paraguaio, mas a tomada completa da posição só iria ocorrer em julho.
6 de dezembro, 1868Guerra do ParaguaiBatalha de Itororó: tropas brasileiras, comandadas por Caxias, tomam a passagem sobre o rio Itororó guarnecida pelos soldados paraguaios.
Itororó foi a primeira de uma série de batalhas ocorridos no mês de dezembro (por isso conhecida como Dezembrada), todas vencidas pelo exército brasileiro comandado por Caxias: Avaí (11 de dezembro); Lomas Valentinas (21 a 27 de dezembro) e Angostura (30 de dezembro).
Foi nessa batalha de Itororó que Caxias pronunciou a célebre frase "sigam-me os que forem brasileiros".
24 de dezembro, 1868Guerra do ParaguaiSolano Lopez foge para o norte do país.
1 de janeiro, 1869Guerra do ParaguaiTropas da Tríplice Aliança ocupam Assunção.
5 de janeiro, 1869Guerra do ParaguaiCaxias considera encerrada a sua missão e se retira da guerra.
A partir deste momento, as operações militares se resumem à perseguição a Solano Lopez e ao pequeno exército que o acompanha.
15 de abril, 1869Guerra do ParaguaiConde d'Eu assume o comando geral das operações.
Conde d'Eu era o nobre francês Gastão de Orleans, neto do último rei da França Luís Felipe. Era casado com a Princesa Isabel, filha de D. Pedro II e herdeira do trono brasileiro.
1 de março, 1870Guerra do ParaguaiTropas brasileiras chegam ao acampamento onde se encontra Solano Lopez, na localidade de Cerro Corá. O ditador é morto pelo soldado Chico Diabo. Esse ato marca o fim da Guerra do Paraguai.
Consequências da Guerra do Paraguai:
Todos os países envolvidos sofreram consequências, em maior ou menor grau.

O Paraguai, por ter sido derrotado, foi o mais prejudicado. Sua economia ficou arrasada. Perdeu cerca de 60-70% da população, principalmente homens, ficando o país entregue às mulheres, crianças e idosos. Além disso, parte de seu território (cerca de 90 mil km quadrados) foi anexado por Brasil e Argentina.

O Brasil perdeu cerca de 50 mil combatentes (dos 160 mil que foram para a frente de batalha) e viu seu índice de endividamento atingir níveis altíssimos devido aos empréstimos de diversas fontes contraídos para sustentar o esforço de guerra.
década de 1870ImigraçãoChegam os primeiros imigrantes italianos.
3 de dezembro, 1870Movimento RepublicanoJornal "A República" do Rio de Janeiro publica o "Manifesto Republicano", redigido por Quintino Bocaiúva e Saldanha Marinho.
6 de julho, 1871LiteraturaMorre o poeta baiano Castro Alves, autor de fortes poemas abolicionistas.
28 de setembro, 1871EscravaturaLei do Ventre Livre concede liberdade aos filhos de escravos. Contudo, esses ficariam sob tutela de seus senhores até completarem 21 anos.
1872CensoPrimeiro censo demográfico apura 9.930.478 habitantes no país.
março de 1872 a setembro de 1875Questão ReligiosaConflito entre a Igreja Católica e a Maçonaria provoca a suspensão de diversos padres simpatizantes com o movimento maçônico. Como no Império, era o governo que nomeava os sacerdotes, D. Pedro II interveio, mandando prender os bispos responsáveis pelas suspensões. A interferência papal fez com que o Imperador voltasse atrás e anistiasse os bispos presos, o que transmitiu uma imagem de fraqueza do governo imperial perante a opinião pública.
junho a agosto, 1874Revolta dos MuckersUm casal de imigrantes alemães funda uma seita messiânica no interior do Rio Grande do Sul, chamada de "muckers" pelos seus opositores ("mucker" significa "falso profeta" em alemão). A partir de 1874 começam a atacar aqueles que não aceitavam o movimento, matando pessoas e incendiando casas. Ocorreram vários conflitos com as forças policiais até serem vencidos. Quase todos membros da seita foram dizimados.
18 de abril, 1873Movimento RepublicanoConvenção de Itu, realizada na casa do deputado Prudente de Morais, marca a fundação do Partido Republicano Paulista.
22 de junho, 1874TelegrafiaPrimeira linha telegráfica entre Brasil e Europa.
12 de dezembro, 1877LiteraturaMorre José de Alencar, romancista cearense, um dos mais importantes escritores do romantismo brasileiro.
29 de novembro, 1877TelefoniaInaugurada no Rio de Janeiro a primeira estação telefônica do país.
28 de dezembro, 1879 a 1 de janeiro, 1880Revolta do VintémProtesto ocorrido nas ruas do Rio de Janeiro contra a cobrança de um tributo de 20 réis (vintém) nas passagens de bonde. Os tumultos, com mortos e feridos, provocaram a mudança do gabinete e a revogação da medida.
9 de janeiro, 1881Lei SaraivaImportante reforma eleitoral de autoria de Rui Barbosa criava o "título de eleitor" e estabelecia o voto direto para todos os cargos eletivos. O direito de voto era estendido aos não-católicos e escravos libertos, mas era mantida a exigência de uma renda mínima de 200.000 réis (voto censitário).
1883EscravaturaA vila de Acarape, no Ceará, hoje cidade de Redenção, se torna o primeiro lugar no Brasil a libertar os escravos. Em março do ano seguinte, a medida foi adotada por toda a província do Ceará.
1884 a 1887Questão MilitarSucessão de eventos de confronto entre oficiais do exército e políticos monarquistas ocasionando uma séria crise política que veio a fortalecer a causa republicana junto aos círculos militares. O estopim da questão foi o convite feito pelo tenente-coronel Sena Madureira a um líder abolicionista do Ceará a visitar a Escola de Tiro do Rio de Janeiro, da qual era comandante. Sua punição gerou forte polêmica, o que fez com que o ministro da Guerra viesse a proibir a participação de militares em discussões através da imprensa.
28 de setembro, 1885EscravaturaLei dos Sexagenários, também conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe, concede liberdade aos escravos acima de 60 anos.
13 de maio, 1888EscravaturaPrincesa Isabel assina a Lei Áurea que declara abolida a escravidão no Brasil.
Conta-se que, ao cumprimentar a princesa, logo após a assinatura da Lei Áurea, o Barão de Cotegipe teria dito: "a senhora acaba de redimir uma raça e de perder o trono".
9 de novembro, 1889Baile da Ilha FiscalÚltima grande festa da monarquia realizada em homenagem aos oficiais do encouraçado chileno "Almirante Cochrane" ancorado no Rio de Janeiro. Esse baile luxuoso contou com a presença da família imperial, autoridades governamentais, diplomatas e membros da alta sociedade da Corte, estimando-se em cerca de 4 mil pessoas o número total de convidados. Além de reforçar os laços de amizade com o Chile, este evento objetivava recuperar o prestígio do Império, bastante abalado pela forte propaganda republicana.
Um fato irônico que teria ocorrido no baile foi quando da entrada de D. Pedro. Esse teria se desequilibrado e ao se recompor teria dito: "o monarca escorregou mas a monarquia não caiu".
15 de novembro, 1889Proclamação da RepúblicaMarechal Deodoro da Fonseca, à frente de um grupo de militares, se encaminha para o Campo de Santana (atual Praça da República) no Rio de Janeiro e ocupa o prédio do Ministério da Guerra, prendendo o presidente do Conselho de Ministros, Visconde de Ouro Preto (Afonso Celso de Assis Figueiredo) e destituindo todos os ministros do governo que lá estavam reunidos. Tem início o processo de extinção da monarquia no Brasil.
16 de novembro, 1889Proclamação da RepúblicaD. Pedro II recebe a comunicação da implantação do novo regime e a solicitação para que deixe o país.
Causas da Queda da Monarquia: diversos foram os fatores que levaram ao advento da República no Brasil contudo, de uma maneira geral, consideram-se três as principais causas do fim do regime monárquico:
1) a questão militar (insatisfação do Exército com o tratamento recebido do governo imperial e os consequentes atritos entre oficiais e políticos monarquistas);
2) a questão religiosa (conflitos da Igreja com o governo por causa da maçonaria que resultou na prisão de alguns bispos por ordem do Imperador) e
3) a questão da escravatura (a Abolição fez com que o governo perdesse o apoio dos fazendeiros escravocratas).
Essas disputas fizeram com que a Monarquia perdesse o apoio de três forças importantes: o Exército, a Igreja Católica e os fazendeiros proprietários de escravos.