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novembro, 1889 a fevereiro, 1891 | Governo Provisório | Os militares vitoriosos estabeleceram um governo republicano provisório que se estendeu até a promulgação da primeira Constituição do novo regime (fevereiro de 1891). Esse governo tinha como presidente o marechal alagoano Deodoro da Fonseca e como vice-presidente o também alagoano marechal Floriano Peixoto além de sete ministros. Entre as principais medidas tomadas citam-se a separação do Estado e da Igreja, a transformação das províncias em estados; a escolha da bandeira nacional com o lema positivista "ordem e progresso"; concessão de cidadania brasileira para os estrangeiros que aqui moravam; o banimento da família imperial. |
| | Os ministros deste governo provisório eram: Rui Barbosa (Fazenda); Campos Salles (Justiça); Aristides Lobo (Interior); Quintino Bocaiúva (Relações Exteriores); Demétrio Ribeiro (Agricultura, Comércio e Obras Públicas): Benjamin Constant (Guerra) e Eduardo Wandenkolk (Marinha). |
17 de novembro, 1889 | Exílio da Família Imperial | D. Pedro II e a família imperial, obrigados a deixar o Brasil, partem do Rio de Janeiro no cruzador "Parnaíba" que os leva até a Ilha Grande onde tomam o vapor "Alagoas" rumo à Europa. Primeiramente, o Imperador segue para Portugal e, depois para a França. |
| | A família imperial que seguiu para o exílio era constituída pela esposa de D. Pedro II, D. Teresa Cristina, sua filha Princesa Isabel, seu genro Conde d'Eu e seus 4 netos - Pedro Augusto, filho de D. Leopoldina e Pedro de Alcântara, Luis Felipe e Antônio Pedro, filhos da princesa Isabel com o conde d'Eu. |
1890 | Encilhamento | Nome pelo qual ficou conhecida a política monetária de Rui Barbosa, ministro da Fazenda, objetivando estimular a industrialização no país, mas que acabou por provocar uma séria crise econômica. As facilidades de crédito criadas com esta política, sem qualquer garantia de retorno, geraram uma enorme especulação financeira, o surgimento de empresas-fantasma e um altíssimo nível de inflação. |
| | A palavra "encilhamento" (ato de colocar cilha nos cavalos para entrar na pista de corrida) surgiu da comparação, surgida na época, entre as especulações financeiras ocorridas na Bolsa de Valores e as apostas nas corridas de cavalos. |
24 de fevereiro, 1891 | Constituição | Promulgada a primeira Constituição republicana. |
3 de novembro, 1891 | Tentativa de Golpe | Em meio a uma crise institucional e econômica, Deodoro da Fonseca tenta um golpe de Estado decretando o fechamento do Congresso. |
23 de novembro, 1891 | Primeira Revolta da Armada | Almirante Custódio de Melo, a bordo do encouraçado "Riachuelo", ameaça bombardear o Rio de Janeiro, caso Deodoro não renuncie. Esse, cedendo à pressão e para evitar uma guerra civil, deixa o cargo. O vice-presidente, marechal Floriano Peixoto, assume a presidência, que exerce até novembro de 1894. |
5 de dezembro, 1891 | Morte de D. Pedro II | D. Pedro II falece no Hotel Bedford, em Paris. |
8 de outubro, 1892 | Bonde Elétrico | Inaugurada a primeira linha de bondes elétricos no Brasil, ligando o bairro do Flamengo ao Largo da Carioca no Rio de Janeiro. |
fevereiro, 1893 a agosto, 1895 | Revolução Federalista | Guerra civil iniciada no Rio Grande do Sul e que se estendeu por Santa Catarina e Paraná, opondo os federalistas que lutavam por uma maior autonomia dos estados aos legalistas, defensores do governo federal. Os federalistas, apelidados de "maragatos", tinham como líder político Gaspar Silveira Martins e como chefe militar Gumercindo Saraiva. Os legalistas que defendiam o então governador do Rio Grande do Sul, Julio de Castilhos eram denominados "pica-paus". |
| | Enquanto os legalistas receberam apoio do governo federal (Floriano Peixoto enviou tropas comandadas pelo general Hipólito Ribeiro para socorrer Julio de Castilhos), os federalistas, em um momento da revolução, foram apoiados pelo almirante Custódio de Melo que comandou a Revolta da Armada. |
| | Estima-se que cerca de 10 mil pessoas tenham sido mortos nesta revolução, muitos deles degolados, pois tanto pica-paus como maragatos costumavam usar este meio selvagem de execução. Alguns estudiosos afirmam que a degola era adotada para se poupar munição e por ser o método que os contendores estavam acostumados a fazer com as ovelhas nos campos. |
setembro, 1893 a março, 1894 | Segunda Revolta da Armada | Rebelião de altos oficiais da Marinha contra o governo de Floriano Peixoto, exigindo a convocação imediata de eleições presidenciais. O movimento, liderado pelo almirante Custódio de Melo, expressava também o descontentamento da Marinha contra o pouco prestígio que a mesma desfrutava no regime republicano, o contrário do que ocorria durante a Monarquia. Por esse motivo, a revolta recebeu também o apoio de muitos monarquistas. |
| | Na Baía de Guanabara, as embarcações rebeldes (a principal delas era o encouraçado "Aquidabã") trocaram tiros com a artilharia das fortalezas sob controle do Exército. Contudo, convencidos da impossibilidade de lutarem contra o governo a partir dali, o comando da revolta decidiu se unir ao movimento federalista no sul do país. Assim , o cruzador "República", comandado por Frederico de Lorena, rompeu o cerco e partiu para Desterro (atual Florianópolis), em Santa Catarina, onde o governo era federalista e opositor a Floriano Peixoto. |
| | Em 25 de setembro de 1893, uma bala de canhão disparada pelo "Aquidabã" atingiu a torre da igreja de N. S. da Lapa dos Mercadores, no centro do Rio, derrubando uma estátua alusiva à Religião que, apesar da queda de uma altura de cerca de trinta metros, sofreu danos mínimos, fato considerado milagroso pelos fiéis. |
29 de setembro, 1893 | Revolução Federalista | Marechal Gama Lobo d'Eça, Barão de Batovi, herói da Guerra do Paraguai, monarquista e agora apoiando os revoltosos federalistas, assina a capitulação da cidade de Desterro (atual Florianópolis), obrigando os defensores de Floriano Peixoto a deixar o território catarinense. |
12 de outubro, 1893 | Revolução Federalista | Instalado um governo revolucionário provisório no estado de Santa Catarina, sob a presidência de Frederico de Lorena. |
dezembro, 1893 | Revolução Federalista / Revolta da Armada | Passam na cidade de Desterro, em momentos diferentes, o chefe militar dos federalistas gaúchos, Gumercindo Saraiva e o líder da Revolta da Armada, almirante Custódio de Melo. De lá partem para o Paraná, em busca de apoio para suas causas. |
janeiro a fevereiro, 1894 | Revolução Federalista | Cerco da cidade de Lapa: em sua marcha para o norte, tentando chegar ao Rio de Janeiro, capital federal, as tropas federalistas encontram forte resistência na cidade de Lapa, no Paraná, o que as obriga a retroceder. |
16 de abril, 1894 | Revolução Federalista / Revolta da Armada | Encouraçado "Aquidabã", mais importante navio da marinha brasileira, é seriamente avariado, próximo à Ilha de Anhatomirim, em Santa Catarina, quando lutava contra diversos navios leais ao governo federal. |
22 de abril, 1894 | Revolução Federalista | Chega a Desterro, o coronel Moreira César, enviado por Floriano Peixoto, para ser o governador provisório do estado de Santa Catarina. Têm início as prisões de civis e militares federalistas denunciados pelos legalistas locais. |
abril, 1894 | Revolução Federalista | Massacre de Anhatomirim: cerca de 40 pessoas ligadas ao movimento federalista são executadas na Fortaleza de Santa Cruz, na Ilha de Anhatomirim, a mando de Moreira César. Os militares foram fuzilados e os civis enforcados. Entre os executados estavam o Barão de Batovi, seu filho médico Alfredo da Gama d'Eça e o ex-presidente do governo provisório, Frederico de Lorena. |
outubro, 1894 | Florianópolis | Cidade de Desterro, capital de Santa Catarina, tem seu nome mudado para Florianópolis. |
novembro de 1894 | Presidência da República | Prudente de Morais, senador paulista, toma posse como terceiro presidente do Brasil, o primeiro eleito por voto direto. Governou até novembro de 1898. |
novembro de 1896 a outubro de 1897 | Guerra de Canudos | Movimento de cunho social e religioso ocorrido no sertão da Bahia. Um grupo de sertanejos liderados por um beato conhecido como Antonio Conselheiro se concentra em um vilarejo de nome Belo Monte (que depois passa a ser chamado de Canudos), fundando uma seita de religiosidade exacerbada. Movidos pela fome e pela miséria, os adeptos de Antonio Conselheiro promovem, inicialmente, alguns distúrbios que, em breve, se transformam em um grave conflito social. O governo envia quatro expedições militares para enfrentá-los, somente conseguindo a vitória na última delas. |
| | Antônio Conselheiro se dizia um enviado de Deus para acabar com as desigualdades sociais, o que lhe trouxe grande número de seguidores entre as pessoas miseráveis do sertão nordestino. Pregava que o fim do mundo estava próximo, sendo a República recém-implantada prova disso, por promover a separação do Estado e da Igreja e adotar o casamento civil. Esse discurso contra o novo regime foi o pretexto que a opinião pública encontrou para justificar a guerra de extermínio contra eles, afirmando que Canudos era um perigoso foco monarquista a partir do qual se pretendia restaurar o regime no país. |
16 de setembro, 1896 | Música | Morre o compositor Antônio Carlos Gomes, autor de várias óperas, entre elas a famosa "O Guarani". |
novembro, 1896 | Guerra de Canudos | Primeira operação militar: tropa de cerca de 100 soldados, comandada pelo tenente Pires Ferreira, é derrotada pelos sertanejos, próximo à cidade de Uauá. Foi a primeira expedição militar contra o arraial de Canudos. Este confronto fez aumentar o prestígio de Antônio Conselheiro no sertão, crescendo o número de pessoas que desejavam segui-lo. |
janeiro, 1897 | Guerra de Canudos | Segunda operação militar: comandada pelo major Febrônio de Brito, era constituída por mais de 600 soldados e contava com dois canhões Krupp. Apesar da superioridade de forças, a tropa não consegue atacar Canudos, sendo obrigada a se retirar com muitos feridos e alguns mortos. |
março, 1897 | Guerra de Canudos | Terceira operação militar constituída por 1300 soldados e seis canhões Krupp sob comando do coronel Moreira César. As tropas chegam a invadir o arraial, mas após horas de encarniçada luta, Moreira César é mortalmente ferido. Esse fato, aliado ao grande número de baixas (mais de cem soldados mortos e cerca de cento e vinte feridos), obriga a retirada dos soldados. |
abril, 1897 | Guerra de Canudos | Quarta e maior expedição contra Canudos: comandada pelo general Artur Oscar e composta de duas colunas, cada uma delas chefiada por um general (Silva Barbosa e Savaget). Ao todo seguiram cerca de 6 mil soldados e o melhor armamento disponível, aí incluídos treze canhões! |
junho, 1897 | Guerra de Canudos | Mais de 3 mil soldados participam de uma ofensiva contra Canudos que resulta em grande fracasso: quase mil baixas! General Artur Oscar solicita um reforço de 5 mil soldados! |
agosto, 1897 | Guerra de Canudos | Chega à frente de batalha, o próprio ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, com um reforço de 3 mil soldados. |
setembro, 1897 | Guerra de Canudos | Morre Antônio Conselheiro, vítima de estilhaços de uma granada. |
1 de outubro, 1897 | Guerra de Canudos | As tropas ocupam e incendeiam o arraial de Canudos, aniquilando a resistência ainda existente. Muitos sertanejos que se entregaram são degolados pelos soldados. |
6 de outubro, 1897 | Guerra de Canudos | O corpo de Antônio Conselheiro é exumado e fotografado. Sua cabeça é levada para Salvador. |
| | Estima-se em mais de 25 mil o número de pessoas mortas nestes conflitos que envolveram, ao todo, cerca de 12 mil soldados. |
12 de outubro, 1897 | Belo Horizonte | Inauguração da cidade de Belo Horizonte, projetada para ser a capital de Minas Gerais. |
5 de novembro, 1897 | Atentado | Atentado contra o presidente Prudente de Morais em cerimônia de recepção a combatentes de Canudos, no Rio de Janeiro. O ministro da Guerra, Carlos Machado Bittencourt, que saiu em defesa do presidente, acaba apunhalado e vem a falecer. |
novembro, 1898 | Presidência da República | Governo de Campos Salles, paulista, assume a presidência, governando até novembro de 1902. |
1 de dezembro, 1900 | Fronteiras | Graças à brilhante atuação do Barão do Rio Branco, o Brasil ganha a disputa com a França sobre a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa. |
| | José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, era filho do Visconde do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos. |
agosto, 1902 | Conflito Fronteiriço | Começa a Revolução Acreana, movimento armado entre Bolivia e brasileiros residentes na região do Acre, liderados por Plácido de Castro. O conflito somente se encerra em 1903 com o Tratado de Petrópolis. |
novembro, 1902 | Presidência da República | Governo de Rodrigues Alves, paulista, assume a presidência, governando até novembro de 1906. |
dezembro, 1902 | Literatura | Lançado o livro "Os Sertões" sobre a Guerra de Canudos. Seu autor, Euclides da Cunha, havia sido correspondente do jornal "O Estado de São Paulo" na referida campanha militar. O livro logo se tornou um clássico da literatura brasileira. |
1903 a 1906 | Rio de Janeiro | Pereira Passos, prefeito do Rio de Janeiro entre 1902 e 1906, procede a uma grande remodelação urbanística da cidade para modernizá-la e embelezá-la, abrindo avenidas, alargando ruas, construindo praças e parques. A população chamou este movimento de "bota-abaixo", pois inúmeros casarões e cortiços tiveram que ser demolidos. A Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, ligando a Praça Mauá à Glória, foi uma das principais realizações deste programa. |
22 de fevereiro, 1903 | Artes Plásticas | Morre no Rio de Janeiro o pintor catarinense Victor Meirelles. |
novembro, 1903 | Fronteiras | Tratado de Petrópolis estabelece a incorporação definitiva do Acre ao Brasil em troca de uma indenização à Bolívia de dois milhões de libras esterlinas e o compromisso de se construir a ferrovia Madeira-Mamoré que deveria ter um ramal boliviano. |
| | Esse acordo foi tido como uma das principais vitórias diplomáticas do Barão do Rio Branco. |
10 a 16 de novembro, 1904 | Revolta da Vacina | Oswaldo Cruz, médico sanitarista, convence o governo de Rodrigues Alves a aprovar uma lei tornando a vacina contra a varíola obrigatória. Assim, foram criadas brigadas sanitárias autorizadas a entrar nas residências e aplicar a vacina à força. A forte resistência da população do Rio de Janeiro contra a medida resultou em cerca de 30 mortos, além de muitos feridos e centenas de pessoas presas. |
| | Oswaldo Cruz foi um dos mais famosos cientistas brasileiros. Especializou-se em doenças tropicais. Em 1900 fundou no Rio de Janeiro o Instituto Soroterápico, hoje Instituto Oswaldo Cruz. |
7 de outubro, 1905 | Artes Plásticas | Morre na cidade italiana de Florença o pintor paraibano Pedro Américo. |
fevereiro, 1906 | Convenção de Taubaté | Acordo firmado na cidade paulista de Taubaté pelos governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro instituindo uma política de valorização do café, o principal produto da pauta de exportação brasileira. |
novembro, 1906 | Presidência da República | Governo de Afonso Pena, mineiro, assume a presidência, governando até junho de 1909. |
junho, 1907 | Conferência de Paz de Haia | Representante brasileiro nesta conferência internacional foi o jurista, político e diplomata baiano Rui Barbosa, cuja atuação foi considerada uma das mais brilhantes da diplomacia brasileira. |
junho, 1908 | Imigração | Chegada do navio "Kasato Maru" ao porto de Santos dá início à imigração japonesa para o Brasil. Vieram 165 familias destinadas a trabalhar nos cafezais do estado de São Paulo. |
29 de setembro, 1908 | Literatura | Morre Joaquim Maria de Machado de Assis, considerado um dos mais importantes escritores do Brasil, autor dos romances "Dom Casmurro", "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Quincas Borba", entre vários outros. |
14 de junho, 1909 | Presidência da República | Falecimento do presidente Afonso Pena em pleno mandato. Assume o governo, o vice-presidente Nilo Peçanha. |
junho, 1909 a novembro, 1910 | Presidência da República | Governo de Nilo Peçanha, fluminense da cidade de Campos dos Goytacazes. |
15 de agosto, 1909 | Literatura | Escritor Euclides da Cunha é assassinado no Rio de Janeiro por Dilermando de Assis, amante da sua mulher. |
1910 | Presidência da República | Campanha de Rui Barbosa à presidência da República, percorrendo todo o Brasil. Foi chamada de campanha civilista em oposição à candidatura militar do marechal Hermes da Fonseca que acabou vencendo as eleições em um processo eleitoral considerado bastante suspeito. |
novembro, 1910 a novembro, 1914 | Presidência da República | Governo do marechal gaúcho Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro da Fonseca. |
22 a 27 de novembro, 1910 | Revolta da Chibata | Tripulações dos encouraçados "Minas Gerais", "São Paulo" e de outros navios de guerra fundeados na Baía de Guanabara, liderados pelo marinheiro João Cândido, se amotinam, matam alguns oficiais e ameaçam bombardear o Rio de Janeiro, caso não fossem abolidos os castigos corporais na Marinha. Com a aceitação das reinvindicações dos revoltosos por parte do governo de Hermes da Fonseca, a revolta chega ao fim. Contudo, a repressão é forte: centenas de marinheiros são expulsos da Marinha, muitos são presos, desterrados ou executados. |
abril, 1912 | Ferrovia | Inauguração da estrada de ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido acordada com a Bolívia pelo Tratado de Petrópolis de 1903 . Seu objetivo era transpor um trecho encachoeirado do rio Madeira para facilitar o escoamento da borracha brasileira e boliviana. As obras, iniciadas em 1907, causaram a morte de milhares de pessoas, principalmente, devido às doenças tropicais. |
| | Na época, dizia-se que para cada dormente da estrada havia um cadáver, motivo pelo qual a estrada foi chamada de "Ferrovia do Diabo". |
outubro, 1912 a agosto, 1916 | Guerra do Contestado | Confronto entre camponeses e tropas governamentais na região denominada "Contestado", uma área de cerca de 40 mil km², rica em madeira e erva-mate, disputada pelos estados de Santa Catarina e Paraná. O conflito, que durou quase 4 anos, teve como causa principal a expulsão dos trabalhadores braçais das terras pelos grandes proprietários e empresas estrangeiras que atuavam na região. Além do aspecto social e fundiário, o movimento apresentava também um forte componente de misticismo e fanatismo religioso: os camponeses eram liderados pelo "monge" José Maria, considerado santo pelos camponeses e fundador de uma comunidade igualitária denominada "monarquia celestial". A Guerra do Contestado deixou um saldo de cerca de 20 mil mortos entre camponeses e soldados. |
| | Entre as empresas responsáveis pela retirada forçada dos camponeses de suas terras estava a norte-americana Brazil Railway que havia construído a estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul recebendo por isso terras ao longo da ferrovia para sua própria exploração. |
| | José Maria, que morreu logo no início do conflito (outubro, 1912), foi substituído por uma jovem, Maria Rosa, que dizia receber ordens espirituais de José Maria. Quando Maria Rosa morreu em combate (março, 1915), os camponeses passaram a ser liderados por Adeodato que se entregou em agosto de 1916. |
novembro de 1914 a novembro de 1918 | Presidência da República | Governo do mineiro Venceslau Brás. |
8 de setembro, 1915 | Política | Assassinato do senador gaúcho Pinheiro Machado, apunhalado no Hotel dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro. |
26 de outubro, 1917 | I Guerra Mundial | Brasil declara guerra à Alemanha devido ao torpedeamento de alguns navios brasileiros. |
outubro a novembro, 1918 | Gripe Espanhola | Violenta epidemia de gripe que assolou o país, matando cerca de 35 mil pessoas, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. |
15 de novembro, 1918 | Presidência da República | Rodrigues Alves, eleito para um segundo mandato (o primeiro havia sido de 1902 a 1906), não tem condições de tomar posse por haver contraído a "gripe espanhola". Assume então o seu vice, o mineiro Delfim Moreira, que governa até julho de 1919.
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16 de janeiro, 1919 | Presidência da República | Rodrigues Alves morre vítima da "gripe espanhola". |
julho, 1919 a novembro, 1922 | Presidência da República | Governo do paraibano Epitácio Pessoa. |
fevereiro, 1922 | Artes Plásticas | Semana de Arte Moderna: evento realizado no Teatro Municipal de São Paulo marca o início do modernismo no Brasil, rompendo com os padrões estéticos de então. Novas ideias e conceitos foram apresentados ao público em diferentes manifestações artísticas tais como pintura, escultura, música, poesia, arquitetura. |
| | Entre os participantes deste evento, podem ser citados: na literatura, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Manuel Bandeira; na música, Heitor Villa-Lobos; na pintura, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti. |
5 de julho, 1922 | Revolta dos 18 do Forte | Movimento de contestação dos militares descontentes com o governo de Epitácio Pessoa e com a eleição de Artur Bernardes para a presidência da República. A revolta se inicia no Forte Copacabana no dia 2 de julho. Contudo, a adesão que se esperava das outras unidades militares acabou não acontecendo. O Forte Copacabana passa, então, a ser violentamente bombardeado pela Fortaleza de Santa Cruz e por navios de guerra. O governo exige a rendição da guarnição do forte. Neste momento, alguns poucos combatentes decidem resistir e saem marchando pela Avenida Atlântica. Deste grupo suicida de 18 soldados, somente dois estavam vivos ao final da marcha, assim mesmo bastante feridos: o tenente Siqueira Campos e Eduardo Gomes, que depois chegaria ao posto de brigadeiro da Aeronáutica. |
| | A Revolta dos 18 do Forte, também conhecida como Levante do Forte Copacabana, foi a primeira revolta do chamado "tenentismo", movimentos político-militares deflagrados por oficiais de postos inferiores (principalmente tenentes), ocorridos nas décadas de 20 e 30 e que se caracterizavam pelo forte descontentamento com a situação política e social do país na chamada Primeira República ou República Velha (1989-1930). |
novembro, 1922 a novembro, 1926 | Presidência da República | Governo do mineiro Artur Bernardes. |
20 de abril, 1923 | Radiofonia | Roquette Pinto, médico, antropólogo e educador, funda a primeira emissora radiofônica do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, atualmente Rádio Ministério da Educação (MEC). |
julho, 1924 | Revolução Paulista de 1924 | Segunda manifestação do movimento tenentista: liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, os revoltosos ocupam a cidade de São Paulo por algumas semanas, obrigando o governador a fugir. São Paulo passa, então, a ser bombardeada por tropas federais, o que força a retirada dos rebeldes para o interior. Em Foz do Iguaçu, esse grupo vem a se reunir às tropas de Luís Carlos Prestes na famosa Coluna Prestes. |
abril de 1925 a fevereiro de 1927 | Coluna Prestes | Longa marcha, liderada por Luis Carlos Prestes e Miguel Costa, à frente de aproximadamente 1500 revoltosos, tendo como objetivo promover uma revolução social que derrubasse as oligarquias dominantes e pusesse fim à chamada República Velha. Foi uma das mais importantes manifestações do tenentismo e, embora não tenha conseguido sucesso em seu intento de mudar o governo, o movimento ajudou a solapar as arcaicas estruturas de poder existentes e a preparar a Revolução de 1930. |
| | A marcha se iniciou no Rio Grande do Sul e, durante 2 anos, percorreu cerca de 25 mil quilômetros e 11 estados brasileiros. Ao longo dessa jornada, a coluna enfrentou tropas do exército, polícias estaduais e grupos de jagunços, sem nunca ter sido derrotada. Em fevereiro de 1927, a "Coluna Prestes" chegou à Bolívia onde se desfez. |
novembro, 1926 a outubro, 1930 | Presidência da República | Governo de Washington Luís, político paulista, mas nascido em Macaé, no estado do Rio. Foi o último presidente da chamada República Velha, pois o próximo eleito, Júlio Prestes, não assumiria a presidência devido à tomada do poder por Getúlio Vargas. |
março, 1930 | Presidência da República | Júlio Prestes, governador do estado de São Paulo e candidato do presidente Washington Luis, foi apoiado por todos os estados, com exceção de três: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. Esses estados criaram a Aliança Liberal, tendo o gaúcho Getúlio Vargas como candidato a presidente e João Pessoa, governador da Paraíba, a vice-presidente.
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| | A indicação de Júlio Prestes, outro paulista para a presidência da República (Washington Luis, apesar de haver nascido no estado do Rio, construiu sua vida política em São Paulo), provocou o rompimento da chamada "política do café-com-leite" que alternava a presidência do país entre políticos paulistas (café) e mineiros (leite). |
26 de julho, 1930 | Política | João Pessoa, governador da Paraíba e candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, é assassinado em Recife por João Duarte Dantas, adversário político. Embora o crime tenha sido por razões pessoais, a morte de João Pessoa foi o estopim para a deflagração da Revolução de 30. |
| | O motivo do crime foi o fato de a polícia paraibana ter invadido a residência de Dantas e exposto ao público algumas cartas amorosas recebidas por ele. |